sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Consumidor que manda!

* Junior Padilha

Com o advento das redes sociais e a proliferação da internet que já não é mais nenhuma novidade, o consumidor ganhou força e voz neste universo cheio de armadilhas e interesses denominado web. Muitas empresas se atentaram a este fato e hoje desenvolvem algumas campanhas de acordo com o que o consumidor deseja, quando não chegam ao ponto de repassar a este a concepção e desenvolvimento da idéia.

Caso clássico desta situação, é o conhecido case do salgadinho Doritos que disponibilizou o espaço publicitário no horário mais caro da TV Americana (Final do Superbowl) para que o consumidor produzisse seu próprio comercial, isto é, realmente buscando a identidade total com o seu público.

E os publicitários?

Isto significa que os publicitários não são mais importantes ou úteis? Pelo contrário. Acredito que com esta incrível tendência onde o consumidor somente aceita em formato "enlatado" o produto, e não sua comunicação, cabe aos profissionais de comunicação identificar as oportunidades relevantes de trazer o público para a criação.

Isto mesmo direcionar a afirmação ao consumidor: "Faça como quiser, afinal você é quem manda".

Acredito que esta tendência deve se proliferar, afinal em tempos de celulares a R$10,00 e que fazem vídeos qualquer usuário com o mínimo de conhecimento técnico edita seu vídeo e coloca no youtube.

É obvio que não serei inocente muito menos incoerente com minha formação. Afinal a publicidade não vive apenas da famigerada "sacada genial", que consumidores sem a formação necessária realmente podem ter e contemplar seus produtos preferidos. A Publicidade só tem relevância se culminar em venda, portanto existem outras questão na criação de uma peça ou campanha que não dependem apenas de um final engraçado ou inusitado ao roteiro.

Os consumidores podem e devem ser chamado para a sala da criação para desenvolverem suas concepções a respeito do produto, que muitas vezes uma pesquisa mercadológica não identificaria, porém o publicitário esta mais vivo do que nunca nesta cadeia produtiva ou alimentar porque não dizer?

As necessidades de uma criação ainda são contempladas com nosso trabalho, a viagem nesta fantástica nave de criatividade ainda tem os publicitários como pilotos, a unidade da campanha ainda é de nossa responsabilidade.

Porém é importantíssimo ressaltar que a democratização da produção, seja ela no âmbito que for, e principalmente a veiculação através da internet, torna o consumidor parte do jogo, e diga-se de passagem como titular absoluto (é o consumidor é mais 10), este não é mais um elemento receptor da comunicação e sim muitas vezes um emissor. Quer prova maior do que criativos que recebem em sua caixa de e-mail um link com vídeo que absolutamente não imaginavam existir, de um cliente ou ainda de um concorrente.

Esta transformação é constantemente mutável.

Bom? Ruim? Perigoso? Oportuno? Acredito que ainda é cedo e leviano adjetivar qualquer situação correlacionada. A única certeza é que as empresas devem SIM olhar seu consumidor de outra forma nesta cadeia cíclica de acontecimentos.


* Junior Padilha é publicitário, e especializando em Gestão da Comunicação Empresarial.

Nenhum comentário: