quinta-feira, 5 de março de 2009

NYT: Gostou do programa? Talvez seja por causa dos comerciais

Resumido do Uol.

As pessoas comem barras de chocolate em pedaços, esperando e saboreando. Elas espaçam seus cigarros ao longo do dia, suas sessões de fofocas, suas ligações para amigos. Elas gostam de seus esportes com intervalos, e praticam sua religião com jejuns e períodos de autonegação, como a Quaresma.

Então por que aquela interrupção dos comerciais sempre estraga os programas de TV?

Talvez elas não estraguem. Em dois novos estudos, pesquisadores que estudam o comportamento consumidor argumentam que interromper uma experiência, seja ela tediosa ou agradável, pode torná-la significativamente mais intensa.

DISCUSSÃO: VOCÊ CONCORDA?

"O mote é que os comerciais tornam os programas mais agradáveis de ver. Mesmo os comerciais ruins", disse Leif Nelson, professor-assistente de marketing da Universidade da Califórnia, em San Diego, e co-autor da nova pesquisa. "Quando digo isso às pessoas, elas apenas ficam me encarando, sem acreditar. As descobertas são ao mesmo tempo implausíveis e empiricamente coerentes."

Ao longo dos anos, pesquisas psicológicas descobriram que as pessoas nem sempre estão muito certas do que as faz feliz. Ao falar sobre seu próprio bem-estar, elas demonstram um tipo de equilíbrio: após uma perda (um divórcio, digamos) ou um ganho (uma promoção), elas geralmente retornam com o tempo ao mesmo nível de felicidade de antes. Os humanos se habituam rapidamente, à privação e à prosperidade, à guerra e à paz.

Prazeres ainda mais modestos - uma xícara de café pela manhã, uma caminhada à tarde, um uísque antes de dormir - parecem seguir uma lei de retornos cada vez menores. "O álcool é como o amor", diz um personagem no livro "The Long Goodbye", de Raymond Chandler. "O primeiro beijo é mágico. O segundo é íntimo. O terceiro é rotina."

A nova pesquisa de consumo analisou uma dinâmica similar num nível momento-a-momento. Em um experimento, Nelson, juntamente com Tom Meyvis e Jeff Galak, da Universidade de Nova York, fizeram 87 estudantes assistir a um episódio da série "Taxi." Metade o assistiu como ele foi originalmente transmitido, com comerciais da Jewelry Factory Store e do escritório de advocacia de Michael Brownstein, entre outras propagandas. A outra metade viu o programa direto, sem interrupções.

Depois de terminada a transmissão, os estudantes avaliaram o quanto haviam gostado, usando uma escala de 11 pontos e comparando o programa com a série "Happy Days", a qual todos conheciam. Aqueles que viram "Taxi" sem comerciais preferiram "Happy Days", mas os que viram o programa original preferiram "Taxi", com uma margem significativa.

Adaptado.

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