Ansiedade. Esta é a palavra que para mim, sempre resumiu a semana de atletiba... Com uma dose de saudosismo lembro das semanas de atletiba dos meus 8 ou 9 anos, mesmo ainda sendo um torcedor em formação (sempre rubro-negro, pois isto com certeza foi a herança que me pai já me forneceu ao nascer), ficava angustiado com as horas que não passavam. Nas segundas-feiras já começava ler tudo sobre o clássico, notícias do clube, notícias do rival (numa época que internet era coisa de minorias mesmo).
Busco em minha memória os domingos em que acordava cedo, depois de uma noite mal dormida devido à ansiedade, e saia já cedo com meu pai para a missa e a feira com a camiseta do clube (ainda de pano) e já iniciava minhas "escutas" dos "aquecimentos" das rádios esportivas que cobriam as concentrações, saídas do hotel e ruas da cidade.
Chegava à hora do almoço em família e logo em seguida mesmo sabendo que meu pai não me levaria ao estádio (pois naquela época ele já julgava atletiba um jogo perigoso de levar o filho), saiamos com a bandeira do Furacão no carro e lá chegávamos na frente do hotel Dom Rodrigo (centro cívico) onde a famosa Jabiraca estava estacionada e os jogadores embarcando, então seguíamos o clube até a imediação do estádio (Pinheirão ou Couto Pereira comumente) e de lá voltávamos para casa, então era chegada a hora da concentração total, fechava o quarto, apagava as luzes e ligava meu rádio para escutar as narrações do saudoso Lombardi Junior.
Quando a vitória acontecia era pura alegria e exaltação as cores rubro-negras e imediatamente começava a arrumar o manto que iria incomodar muita gente no colégio que estudava que por coincidência era perto do couto e com a maciça parte dos alunos torcedores do rival. Porem se a derrota viesse já me preparava para uma noite sem dormir, rolando na cama e ao assistir os debates esportivos aquela esperança de criança que nos melhores momentos um gol rubro-negro acontecesse.
O tempo passou e com 13 anos passei a freqüentar as torcidas organizadas, os tempos mudaram, afinal agora eu ia ao Atletiba e saia de casa muitas vezes antes do 12h00 para ir com o pessoal, ou em alguns momentos meu pai ainda me dava aquela carona até a frente do estádio, porém todos os passos continuavam sendo seguidos à risca, acordar cedo, pois devido a ansiedade mesmo saindo no sábado nunca consegui acordar tarde neste dia, sair desde as primeiras horas da manhã com o manto rubro-negro e já se encontrar com os amigos que muitas vezes estão nervosos e ansiosos de forma semelhante. Infelizmente a almoço com a família neste dia é posto em segundo plano, porém com a total compreensão dos meus pais.
Hoje com 27 anos todos estes efeitos colaterais de um atletiba ainda ocorrem, o amor pelo Furacão só cresceu, e um ATLEtiba como qualquer outro jogo do meu amado Atlético interfere em minha vida de forma substancial. Acredito que este relato é semelhante a de milhares de torcedores rubro-negros em todo Paraná e Brasil, mudando os personagens e os efeitos colaterais citados, mas gostaria mesmo é que os jogadores, que hoje apesar de profissionais já foram garotos torcedores de um clube, soubessem o quanto o seu trabalho bem ou mal feito em campo repercute e altera humores, sentimentos e até atribuições do cotidiano de alguém que como eu é Atleticano para todo sempre! Para finalizar, esta semana vem sendo como tantas outras que precedem um Atletiba, ansiedade, nervosismo e pressa para que o Domingo chegue, porém espero que ao final do Domingo eu possa estar tendo a mesma sensação que no passado pude sentir em arrumar meu manto do Furacão para ir a escola na segunda-feira depois de uma vitória em Atletiba.
Junior Padilha
2 comentários:
ultimo post referente a futebol: 22/04/09
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Depois, poste algo ! !
Ao contrário de você que nem identificar se identifica eu leio jornal rapaz.. E vi isto...
Obrigado pela visita eu meu blog
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