É pessoal estamos vivendo tempos de eleição, não no município muito menos nos EUA, e sim no Clube de Criação do Paraná, eu sou associado desde de 2004 e vi várias mudanças no mesmo, apesar de a profissão Publicitário não ter uma regulamentação a instituição CCPR honra e cuida muito bem da memória da propaganda paranaense...
Confira abaixo a entrevista com Renato Cavalher, atual presidente do CCPR que fala um pouco sobre a sucessão e sobre a evolução do clube.
CCPR em fase de sucessão
28/08/2008
Renato Cavalher, presidente da entidade, faz um balanço
das atividades desenvolvidas em seus quatro anos de mandato.
Reconhecido como o Clube de Criação mais atuante do Brasil, o Clube de Criação do Paraná (CCPR) está em fase de sucessão de diretoria. Na presidência da entidade há quase quatro anos, Renato Cavalher, diretor geral de criação da OpusMúltipla Comunicação Integrada, de Curitiba, completa no final de 2008 seu segundo mandato e agora prepara o processo de eleição da nova diretoria, que acontecerá em dezembro.
Nesta entrevista exclusiva ao ClickMarket, Cavalher faz um balanço das atividades realizadas pelo CCPR desde sua posse, em janeiro de 2005, fala dos movimentos conceituais iniciados pelo Clube, que inclusive motivaram outras entidades do setor de comunicação no estado, e conclama os sócios a se organizarem em chapas concorrentes à nova gestão, para que o trabalho tenha continuidade.
Renato Cavalher. "As chapas para a nova gestão estão abertas a todos os sócios, e a maioria tem condições de assumir o Clube. Duas coisas têm que ficar bem claras: a primeira é que não é tanto trabalho. O Clube conta com uma equipe interna muito
dinâmica que toca toda a parte operacional. O futuro presidente terá apenas que tomar as decisões estratégicas. A segunda coisa é que o trabalho compensa. Claro que existem críticas também, mas isso é normal. A maioria reconhece o trabalho que foi feito e isso é gratificante."
ClickMarket – Como estava o Clube de Criação do Paraná quando você assumiu?
Renato Cavalher – Já estava estruturado. Tinha sede, o primeiro estatuto, mais de sessenta sócios e já tinha também uma predisposição do mercado para que o trabalho continuasse. A pedreira mesmo eu não peguei. O Alexandre Silveira e a primeira diretoria é que colocaram o Clube de pé. O grande desafio foi o deles, que foi começar o Clube do nada. O trabalho estava bem facilitado e eu peguei a partir daí. Como parte da diretoria permaneceu, no início foi uma continuação. Com o tempo é que fui mexendo, dentro de um plano de melhoria.
ClickMarket – Inclusive essa era a plataforma da sua primeira gestão?
Cavalher – Sim. Nossa proposta sempre foi "Sempre dá para melhorar!". O Clube de Criação tem três grandes objetivos. O primeiro é cuidar da memória da comunicação, o segundo é valorizar o profissional de criação e o terceiro é ajudar a formar uma nova geração de criativos. Se você fizer só o anuário já estará cumprindo esses três objetivos, tanto é que praticamente o que todo clube de criação do mundo faz. Editam o anuário, fazem mais alguma coisa e com isso conseguem cumprir todos os objetivos. Mas eu acabei me empolgando, alguns diretores também. O pessoal foi entrando cheio de idéias e a gente começou a fazer muitas coisas. Perguntávamos: "Dá para melhorar, dá para fazer mais com isso? Dá!" Então fomos fazendo. O resultado é que somos reconhecidos nacionalmente como Clube de Criação mais atuante do Brasil. Ninguém fez ou faz tanto quanto a gente tem feito.
ClickMarket – Como foi possível fazer tanta coisa. Qual é a estrutura da diretoria, hoje?
Cavalher – Quando eu assumi o Clube, em janeiro de 2005, pelo estatuto tinha seis diretores. Em 2006 convoquei uma assembléia geral, mudei alguns pontos do estatuto e criei mais três cargos de diretoria. O Clube não tinha um diretor de divulgação, por exemplo. Não tinha um diretor de eventos, e como nós começamos a fazer vários eventos, se tornou uma necessidade. Não tinha um diretor comercial para captar recursos que a gente ia precisar para realizar os projetos. Hoje tem sete diretorias, além do presidente e vice-presidente.
ClickMarket – E essa diretoria é ativa?
Cavalher – É ativa sim. Mas são todos voluntários, todos têm agências e clientes para dar prioridade, então às vezes as coisas não andam, e eu mesmo não consigo atender as demandas. Mas tudo acaba sendo feito e o pessoal contribui bastante. Podemos dizer que fizemos um belo trabalho. No começo o Clube era bem administrado, mas de uma maneira mais informal. O Clube saiu, tinha sede, tinha tudo, mas quando eu assumi, a parte administrativa estava meio bagunçada. Tivemos que contratar uma consultoria externa, que apontou uma série de problemas administrativos, inclusive a contabilidade do primeiro ano teve que ser desconsiderada porque as contas não fechavam. A partir do segundo ano é que arrumamos a casa e hoje é um Clube super bem administrado. Conseguimos, com os recursos, fazer tudo o que precisa. Não gera lucro, e nem nunca vai gerar porque não é esse o objetivo. Mas a gente consegue, com a captação, se manter e até investir em alguns pontos importantes. Agora mesmo estamos investindo em um sistema, o mesmo que o Clube de Criação de São Paulo usa. É um investimento alto para nós, mas necessário. No ano passado investimos na sede e no mobiliário. Hoje, o Clube de Criação do Paraná está com sua estrutura física completa, com mais de seiscentos sócios.
ClickMarket – O primeiro ano foi o de organização, e os outros?
Cavalher – No primeiro arrumamos a casa, em 2006 implantamos o calendário e fizemos a assembléia, mudamos o estatuto, preparando para uma nova arrancada. No terceiro formalizamos a parceria com a Fundação Cultural de Curitiba e conseguimos a sede, no Centro de Criatividade, e esse quarto é para preparar a continuidade para a nova diretoria.
ClickMarket – Vocês começaram a desenvolver o calendário desde o início da primeira gestão?
Cavalher – Começamos ainda no primeiro ano. Sentimos que reunir os sócios só uma vez por ano, para entregar o anuário, era pouco e que precisávamos criar mais pontos de convergência. Pensamos, então, em um evento que pudesse ser semanal, que é o Workchopp. Nos dois primeiros anos foi semanal, toda quinta-feira, na Zoe e depois no John Bull. No ano passado passou a ser quinzenal, no Era Só O Que Faltava, porque já tínhamos outros eventos. E neste ano foi para o Jokers e passou a ser mensal, mas com um palestrante mais qualificado. O Workchopp é uma formulazinha de sucesso. No início eu abusava dos amigos. Ligava para São Paulo sempre trazia um amigo para fazer uma palestra. Hoje escolhemos quem pode fazer determinada palestra sobre determinado assunto. Quando ligamos, a pessoa já sabe que é o Workchopp, já está a fim de vir, já sabe da repercussão. Tem gente, inclusive, que se oferece. Temos que filtrar.
ClickMarket – O que o CCPR tem trazido para o Workchopp?
Cavalher – Esse foi um evento que a gente criou e que se consolidou. Já fizemos mais de setenta Workchopp nos quatro anos, sempre trazendo gente de peso para cá. Procuramos dar uma varrida nos temas de comunicação, buscando valorizar as pratas da casa. Todos os que começaram a carreira aqui e fizeram sucesso em São Paulo, Rio de Janeiro, Nova York etc., já vieram. É o caso do Gustavo Leme, Dulcídio Caldeira, os gêmeos (Roberto e Renato Fernandez). Isso é importante, até para mostrar para a moçadinha que a coisa pode acontecer. Fora isso, damos uma pincelada em todas as disciplinas de comunicação. Às vezes trazemos diretores de criação de São Paulo para falar de propaganda, mas trazemos também pessoas para falar de novas mídias, de marketing direto, promoção, Internet. Esse é a grande diferença do Clube. Era minha plataforma de gestão, que no início encontrou bastante resistência. Muitos diretores saíram por causa disso. Inclusive disseram que eu estava acabando com o Clube, que ia abrir para below the line. O Clube só fazia a área de propaganda e quando eu assumi, ele realmente se transformou em clube de criação de comunicação. Eu abri e, inclusive, coloquei na diretoria pessoas de outras áreas, de marketing direto, de promoção de Internet, de design, e é assim até hoje. Essa área é fortíssima no Paraná e compete de igual para igual com vários mercados e, em alguns casos, até com São Paulo. Se a gente é bom nisso, por que não mostrar? Esse foi o primeiro grande movimento conceitual do Clube que teve bastante resistência no começo, mas hoje está consolidado. O próprio Clube de Criação de São Paulo já fez esse movimento também, já tem jurado especifico para cada disciplina, e isso foi uma coisa que começamos aqui.
ClickMarket – Qual é o público do Workchopp?
Cavalher – Varia muito depende do palestrante. Tem a moçadinha que gosta de ir para se reunir com os amigos e tomar chopp. Esses a gente conhece, porque são da área de propaganda. Mas dependendo do tema, o público muda completamente. Quando é um evento de Internet, por exemplo, vai um pessoal que a gente não conhece, são pessoas ligadas no assunto. Então, com essa diversidade, estamos conseguindo trazer pessoas que vêm para eventos específicos e já ficam no Clube. Estamos conseguindo contemplar todas as áreas de comunicação e fazer um espaço bem democrático.
ClickMarket – Esse evento já foi estendido para o interior do Estado?
Cavalher – Sim, já acontece em Maringá há dois anos, e agora vai começar em Londrina, Cascavel e Foz do Iguaçu. Na semana passada nomeamos um representante para Cascavel e Foz do Iguaçu, o Luiz Demari, diretor da Rad's Eventos e Comunicação, e em breve o Clube começará as atividades lá, também. Já era uma proposta de interiorização desde o começo, mas só estou conseguindo fazer agora no finalzinho da gestão. Vou entregar o Clube com representante em Maringá, Londrina, Cascavel, Foz do Iguaçu e Guarapuava, que nem estava nos nossos planos, mas é iniciativa dos alunos da faculdade.
ClickMarket – É verdade que o próprio Workchopp gerou um outro evento?
Cavalher – Sim. Em um dos Workchopp trouxemos o Jáder Rossetto, que tinha acabado de ser jurado de filme em Cannes 2006, quando o Brasil teve um péssimo resultado. Aí ele chegou aqui falando que a propaganda no Brasil tinha acabado, que os argentinos tinham nos desbancado, que agora nós éramos todos bunda-moles. Aquilo gerou tanta polêmica, que desse Workchopp nasceu outro evento que fizemos em 2006 e 2007 na Fnac do ParkShopping Barigü. O Debate&Rebate, que criamos com o propósito de discutir a crise da criatividade. Fizemos doze edições, começando com diretores de criação, que colocaram a culpa toda nos clientes. Aí eu convidei anunciantes para o terceiro debate. Estavam lá O Boticário, HSBC, Nutrimental, Grupo Barigüi e Prefeitura de Curitiba. Eu mandava o debate em DVD para o pessoal que ia debater na próxima edição. Esse terceiro foi a minha maior decepção, porque os anunciantes foram, criticaram os criativos e os criativos não foram, se acovardaram. Mas debatemos o tema da crise da criatividade sob o ponto de vista dos anunciantes, dos criativos de criação, dos designers, dos profissionais de web, dos profissionais de marketing direto, promoção etc. Enfim, em doze debates, discutimos criação em todas as disciplinas e vertentes para avaliarmos se estávamos ou não em crise. Não teve consenso, mas a discussão foi rica. Todo esse material está gravado em DVDs e é um conteúdo interessante que um dia pode ser resgatado para ser avaliado com mais calma.
ClickMarket – Mas vocês continuaram a parceria com a Fnac?
Cavalher – Quando fechamos o ciclo desses debates, para ocupar o espaço criamos o Botando Banca. É um espaço que estamos abrindo para as agências experimentais das faculdades. Chamamos todos os coordenadores de curso de comunicação das faculdades e eles gostaram muito. É um evento mensal que traz um curso a cada vez. O coordenador apresenta a estrutura da faculdade e os alunos apresentam os trabalhos realizados na agência experimental. Nós colocamos uma banca com cinco ou seis diretores de criação para dar sugestão e conselhos. É uma maneira de os estudantes terem contato direto com profissionais de criação, uma oportunidade para interagir mais.
ClickMarket – E aparecem coisas boas?
Cavalher – Muito boas. Teve faculdades com trabalhos impecáveis, tanto que os alunos estão todos colocados. Eu mesmo já contratei dois, a partir das apresentações. É uma maneira das agências pegarem quem está se destacando. Estou super otimista com essa nova geração. Está vindo aí uma moçadinha fera.
ClickMarket – Quais os outros projetos voltados aos novos talentos?
Cavalher – Temos a Oficina 4x4, outro formato campeão que também tem como foco a nova geração. O Paraná é um mercado exportador de talento e se a gente não renovar, vamos ficar na mão, e o mercado acaba. Por isso, estamos muito voltados para a formação e a capacitação dessa nova geração, oferecendo muitos recursos para ela. Pensamos, então, nessas Oficinas 4x4, ministradas por quatro profissionais do mercado desenvolvendo quatro temas complementares em dezesseis horas de aulas, aos sábado. Apesar de a nossa sede estar estruturada, não temos condições de equipar uma sala com trinta computadores para um curso mais aprofundado. Mesmo porque temos em Curitiba a Lemon School que já está fazendo isso, e muito bem feito. Assim, para não conflitar com a Lemon, que é uma iniciativa muito boa e o Clube apóia, pensamos em preparar o pessoal para a Lemon. Se a pessoa tem algum interesse em direção se arte, por exemplo, mas está começando e quer saber mais, faz uma 4x4, que é uma boa base para se aprofundar. A proposta não é formar, mas esclarecer. Pegamos os melhores profissionais do Estado e no primeiro sábado cada um faz um "palestrão" de duas horas, passando o maior conteúdo possível. No final, eles passam uma proposta conjunta para os alunos que eles vão desenvolver durante a semana, no seu computador, em casa. No sábado seguinte eles trazem os materiais, e a segunda aula é uma discussão mais prática, para tirar dúvidas, esclarecer. Isso é um embasamento muito forte para o pessoal se aprofundar depois. Já foram feitos de imagem, de texto, de design, de produção, de web, e agora vamos fazer uma de marketing. Neste mês vamos fechar uma parceria com o SESC, para a realização desse evento. Daí sim poderemos aprofundar um pouco mais. Provavelmente vamos fazer junto com o SESC a Oficina 4x40, com quarenta horas aulas, equipamentos e professores. Aí a coisa vai funcionar melhor.
ClickMarket – Vocês incluíram os novos talentos também no Anuário?
Cavalher – Os novos talentos já estão no Anuário desde a primeira edição, através do concurso "Mostre a Cara", voltado só para estudantes. A premiação acontece junto com o Festival e é concedida às duplas que criarem as melhores campanhas dentro de um tema proposto pelo CCPR.
ClickMarket – Os jovens também contam com eventos na própria sede do Clube?
Cavalher – Sempre que possível. Temos apenas um regular. Quando a gente fazia o Workchopp semanalmente, às vezes passávamos vídeo e outras trazíamos palestrante. Percebemos que quando vinha um palestrante lotava, e quando era vídeo, vinham poucas pessoas. Então separamos. Hoje o Workchopp é mensal e só com palestrante e esse espaço de vídeo passou para outro evento que criamos, a Sessão Piruá, que acontece na sede do Clube. Nele, temos uma produtora que é a madrinha do mês, servimos refrigerante e pipoca para o público, que fica assistindo no telão sempre alguma coisa interessante. É bem informal. O pessoal vai lá, bate um papo com os profissionais de produção, troca idéias, conhece técnicas novas. É Sessão Piruá porque começa às sete da noite e vai até a acabar a pipoca. Para quem não sabe, piruá é aquele milho que não estourou e fica no fundo do pacote de pipocas.
ClickMarket – A mudança de sede foi fundamental para a realização de todo esse trabalho?
Cavalher – Sem dúvida. Não teríamos feito tudo isso se não contássemos com esse espaço. A mudança foi em junho do ano passado mediante um acordo, uma troca de interesses. A Prefeitura, através da Fundação Cultural, queria revitalizar o Centro de Criatividade e esse espaço que ocupamos atualmente. Isso implicava não só em reformar o prédio, mas também gerar fluxo, colocar gente, profissionais, intelectuais. Então, a nossa contrapartida foi reformar e manter o prédio sempre em perfeitas condições. Investimos bastante nisso, mas valeu a pena porque a sede está muito bonita e funcional. A segunda contrapartida foi gerar fluxo de pessoas mais qualificados, estudantes e profissionais do mercado de comunicação, que, com certeza estão valorizando muito o espaço.
ClickMarket – Quais as outras atividades realizadas na sede do Clube?
Cavalher – Temos a biblioteca de comunicação, que montamos na sede e é aberta para os sócios e a comunidade. O sócio pode pegar livros emprestados, e a comunidade pode fazer consultas ali. Graças a doações e aquisições, já contamos com um acervo bem importante. É mais um serviço que o Clube coloca a disposição na sede. Há também a exposição do Anuário que o Clube faz todo ano, antes de editar o livro. A primeira exposição foi no Moinho Rebouças, a segunda foi no Shopping Estação, a terceira, no Museu Oscar Niemeyer e a partir da quarta já foi na sede do Clube. Neste ano, vamos fazer a exposição na Universidade Positivo, no Shopping Estação e depois na sede.
ClickMarket – Além dos eventos e o Anuário, quais outros benefícios que o CCPR oferece?
Cavalher – Temos o Clube do Clube, que possibilita aos sócios uma série de vantagens às quais ele tem acesso apenas com a carteirinha de sócio. Formalizamos parceria com vários estabelecimentos. Temos parceria com a Pizzaria Baggio, com a própria Fnac, com livrarias, com papelarias, com serviços gráficos e muitos outros. Esses parceiros dão descontos ou benefícios para os sócios. É um Clube de benefícios que também promove ações. Hoje, o sócio do Clube vai ao Beto Batata e ganha 50 por cento de desconto se pedir uma Batata da Criação. São pratos que surgiram a partir de um concurso gastronômico em que sócios mandaram receitas de batata que foram avaliadas por um júri. As cinco melhores batatas da criação foram colocadas no cardápio da casa.
ClickMarket – E quanto à informação, o que o Clube está produzindo?
Cavalher – Temos o site (www.ccpr.org.br). que já no primeiro ano transformamos em um portal, e hoje ele tem debate, textos, notícias, informações, vitrine, loja virtual, entre outras coisas. Estamos inclusive refazendo o portal que será mais interativo, com coisas como a Intervista, uma entrevista pela Internet. Está no meu programa lançar, ainda neste ano, dois livros com os debates e os artigos publicados nas seções Debates e Ponto&Vírgula. É uma forma de materializar e registrar tudo isso. Estamos também com dois programetes de rádio, na 91 Rock e na CBN, que trazem sempre temas interessante do que está acontecendo no mundo da comunicação. O da CBN fazemos em parceria com a PUCPR, que produz o conteúdo, e o da 91 Rock, que se chama "91 Segundos", as pautas e matérias são desenvolvidas pela Pulp Idéias e Conteúdo, com produção do Luizão Trevisani, da Twist & Shout. Na próxima semana estaremos estreando um novo programa na 91 Rock, que é o "Debate&Rebate" no rádio, toda segunda-feira, às 21 horas. Tendo como mediadora a Rafinha Malucelli, o programa será transmitido direto do Shopping Estação e contará sempre com dois convidados, para debater assuntos polêmicos da comunicação, e a participação de uma faculdade. Terá um tom bem irreverente, e será também musical, com o pessoal escolhendo a música que vai encerrar o bloco. Além dos programas de rádio temos também o Blog da Criação, publicado no portal da RPC, cujo conteúdo também é produzido pela Pulp e sempre traz novidades para o pessoal da área. Do ponto de vista da divulgação institucional do próprio Clube, veiculamos campanhas publicitárias e fazemos muitas palestras. Nós nos colocamos à disposição das universidades de todo o estado e sempre estamos fazendo palestras, principalmente no interior. Já fizemos mais de cinqüenta nesses quatro anos, sempre com a presença de um diretor ou sócio do Clube.
ClickMarket – Quais os projetos em andamento?
Cavalher – Vamos realizar agora a II Copa CCPR de Futebol, um evento que foi um sucesso no ano passado, e o Festival de Bandas Universitárias, junto com o Era Só o Que Faltava, que vai começar também neste mês. Estamos preparando para entregar, ainda neste ano, um DVD, que eu vou chamar de Pré-CCPR, com os clássicos da propaganda antes de 2002. Porque de 2002 para frente, teoricamente, o melhor já está nos anuários. Para isso, estamos contando com a colaboração dos sócios, das produtoras e das pessoas que estão há mais tempo no mercado. Com isso, entrego o Clube para a nova diretoria.
ClickMarket – Como foram esses quatro anos para você?
Cavalher – Para mim foi um grande laboratório e descobri habilidade que eu mesmo achava que não tinha. Isso também é muito gratificante. É uma experiência que vai ficar para sempre. Com certeza é um cargo altruísta, porque você trabalha de graça. Mas é recompensador quando você vê que o mercado está respondendo, vê a história do Clube registrada. E não é um trabalho solo. Você tem parcerias. Hoje não tenho mais medo de trabalhar com eventos e de colocar em prática essas ações agregadoras. Descobri que para mim é fácil isso, é um talento nato. É importante também desmistificar que não dá tanto trabalho assim. Se eu gastar uma hora por dia com o Clube, é muito. Mas tem que trabalhar sim. Tem que estar à frente, responder os E-mails. Tem que trabalhar bem e tem que ter o apoio da gerência. Antes de eu assumir, sentei com os diretores e disse iria pegar um abacaxi e tinha que ter o apoio e compreensão da diretoria, e eles prometeram apoio total. E assim tem sido.
ClickMarket – Você está preparando algum sucessor?
Cavalher – Gostaria muito, inclusive já sondei muita gente, mas ainda não surgiu ninguém. Isso é uma coisa que tem que vir da própria pessoa. Posso motivar, preparar, passar todas as dicas, mas não posso criar essa predisposição na pessoa, porque isso tem que partir dela mesma. As chapas para a nova gestão estão abertas a todos os sócios, e a maioria tem condições de assumir o Clube. Duas coisas têm que ficar bem claras: a primeira é que não é tanto trabalho. O Clube conta com uma equipe interna muito dinâmica que toca toda a parte operacional. Temos a Celinha Camargos, que faz o Clube funcionar sozinho. Gastamos algum tempo por dia para resolver assuntos, e ela toca tudo com a equipe que montamos lá. Além dela, temos uma assistente administrativa, dois estagiários fixos e estagiários voluntários que contratamos para os eventos. A equipe interna toca tudo, sem problema e o futuro presidente terá apenas que tomar as decisões estratégicas. A segunda coisa é que o trabalho compensa. De alguma maneira o mercado reconheceu o trabalho que eu fiz no Clube. Claro que existem críticas também, mas isso é normal. A maioria reconhece o trabalho que foi feito e isso é gratificante. O próprio mercado nacional reconhece isso também. Então, fica o recado para a moçada se mexer e constituir uma chapa. Tem o reconhecimento, as críticas, e não tem tanto trabalho, e dá para tocar. Eu não fui displicente com os clientes da OpusMúltipla, muito pelo contrário, foi sempre a minha prioridade. Tenho tempo para a família e continua sobrando tempo para o trabalho voluntário uma vez por semana. Portando, dá para tocar, se organizando.
ClickMarket – Não existe a possibilidade de você se manter no cargo por mais uma gestão?
Cavalher – Para mim teriam sido só dois anos, mas aconteceu a mesma coisa, ninguém se mexia. Não teve chapa concorrente e eu tive que continuar. Tudo bem, até porque dois anos era pouco para desenvolver tudo o que a gente queria fazer, e muita coisa se consolidou a partir do terceiro ano. Mas quando percebi isso, convoquei uma assembléia para mexer em uma série de coisas no estatuto e uma delas foi exatamente isso: o Presidente e o vice-presidente não podem se reeleger pela segunda vez. Ali eu garanti que, se não tiver chapa concorrente, fecha o Clube porque eu vou ter que sair e vou embora. Estou impedido pelo estatuto de continuar. Minha cota de sacrifício eu já dei e agora quero descansar, fazer outras coisas.
ClickMarket – O sucesso dessa gestão e o ótimo desempenho do Clube não seriam inibidores para os eventuais sucessores?
Cavalher – Eu acho que deviam ser motivadores. O manual está pronto. Se alguém quiser seguir e continuar a equipe, via Celinha, vai funcionar. Se alguém quiser entrar lá e mudar tudo, ótimo. Acho que não tem um único meio de tocar o Clube. Até gostaria que aparecessem duas chapas disputando, com propostas diferentes, uma de continuidade e outra de ruptura, com coisas novas. Não está difícil de ter uma chapa de continuidade que continue trabalhando do jeito que está. O problema é que ninguém se apresentou ainda para encabeçar isso. Tirando esse meu lado empolgado, eu não conseguiria fazer tudo isso se não tivesse apoio da Celinha e do pessoal lá dentro. Mas se parar e continuar fazendo o que se está fazendo hoje, ou até se diminuir algumas coisas, continua muito bem.
ClickMarket – O que não impede que você apóie...
Cavalher – Como sócio, é claro. Vou usar o poder de sócio porque não quero fazer parte da diretoria. Eu vou para fora. Se precisar, ajudo no que eu puder, mas como sócio, sem compromisso. Saio com a consciência tranqüila. Dia 4 de dezembro entrego o quinto Anuário coloco a chave no chão e vou embora. Se o Clube fechar e ninguém quiser dar continuidade, não vou nem me sentir culpado, porque a minha parte eu fiz. Está tudo no manual. Se quiserem seguir como está não terão trabalho. Agora, se não quiserem, é porque o mercado não merece ter um Clube de Criação, então tem que fechar mesmo.
Fonte: www.clickmarket.com.br
quinta-feira, 28 de agosto de 2008
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